sábado, 31 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
domingo, 25 de março de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
Obrigado!
Para terminar o dia 11 de Março, e usando uma foto de Adelino Gomes naquele dia, apenas uma insignificante, mas sentida, homenagem aos JORNALISTAS. Aos que não venderam nem vendem a alma ao diabo, aos que não trocaram nem trocam a ética por um prato de lentilhas, se recusaram e se recusam a servir de capachos e de moços de fretes do poder económico e político.
Uma homenagem qos que tiveram força para resistir à censura fascista e que têm coluna vertebral para resistir às censuras feitas em nome da Democracia. Aos jornalistas do República, do Diário de Lisboa, do Diário Popular, da Capital, do 1º de Janeiro, do Comércio do Porto. Aos jornalistas despedidos do Diário de Noticias e do Jornal de Notícias há três anos e a todos os outros, afastados, grande parte das vezes, por serem profissionais sérios, homens inteiros e não abdicarem de ser cidadãos, usando o pretexto vil duma crise que não fizeram. Aos que estão no desemprego, impedidos de fazer o que sabem fazer: escrever notícias, fazer reportagens fotográficas, dar a conhecer mundo ao mundo. Aos precários das redações a quem o fim do contrato se tornou tão assassino como o lápis azul da PIDE. Aos estagiários a custo zero para as os donos dos Média, que ainda acreditam que com trabalho escravo podem um dia entrar num jornal a sério e à séria.
Aos anti-Crespos, de ontem, de hoje e de sempre.
Aos que resistem. Aos que tentam sobreviver. Aos que continuam a ter orgulho na profissão que escolheram, a todos esses o meu obrigado por me terem, ao longo de quatro décadas, mostrado um mundo a muitas cores.
E a minha solidariedade por hoje o mundo de tantos de vós ser tão ou mais negro do que o de outros milhares e milhares de trabalhadores.
Nós, os que acreditamos na Liberdade, continuamos a contar convosco.
Uma homenagem qos que tiveram força para resistir à censura fascista e que têm coluna vertebral para resistir às censuras feitas em nome da Democracia. Aos jornalistas do República, do Diário de Lisboa, do Diário Popular, da Capital, do 1º de Janeiro, do Comércio do Porto. Aos jornalistas despedidos do Diário de Noticias e do Jornal de Notícias há três anos e a todos os outros, afastados, grande parte das vezes, por serem profissionais sérios, homens inteiros e não abdicarem de ser cidadãos, usando o pretexto vil duma crise que não fizeram. Aos que estão no desemprego, impedidos de fazer o que sabem fazer: escrever notícias, fazer reportagens fotográficas, dar a conhecer mundo ao mundo. Aos precários das redações a quem o fim do contrato se tornou tão assassino como o lápis azul da PIDE. Aos estagiários a custo zero para as os donos dos Média, que ainda acreditam que com trabalho escravo podem um dia entrar num jornal a sério e à séria.
Aos anti-Crespos, de ontem, de hoje e de sempre.
Aos que resistem. Aos que tentam sobreviver. Aos que continuam a ter orgulho na profissão que escolheram, a todos esses o meu obrigado por me terem, ao longo de quatro décadas, mostrado um mundo a muitas cores.
E a minha solidariedade por hoje o mundo de tantos de vós ser tão ou mais negro do que o de outros milhares e milhares de trabalhadores.
Nós, os que acreditamos na Liberdade, continuamos a contar convosco.
11 de Março de 1975
Há datas que continuam a ser barricadas. Mesmo que a história se tenha, depois, encarregue, de as "moldar" ou não, são barricadas. Definem-se e definir-se-ão sempre assim: quem esteve de um lado e quem esteve do outro (há os que nunca estão em nenhum deles, ou estão nos dois, conforme as conveniências, ou encolham os ombos, mas desses não rezam as estórias, quanto mais a história).
O 11 de Março é uma dessas datas barricada. Eu tinha 15 anos e estive do mesmo lado em que estou hoje.
Não uso a coerência como troféu, mas, acreditem, uso os princípios com um enorme orgulho.
Obviamente, também sinto as derrotas com uma enorme dôr. As inconsequências com um enorme sentimento de tempo e oportunidades perdidos. Os "desvios" como um enorme alerta e um enorme fracasso. Mas disso não fala a história do dia 11 de Março de 1975. Começa a 12...
Naquele dia, o povo fardado cumpriu a vontade do povo e derrotou a Direita fascista. O povo saiu à rua e derrotou a Direita fascista.
Na barricada desse dia, eu estava do lado dos que viram o 11 de Março e o viveram, de saia às pregas, camisa de flanela aos quadrados, boina na cabeça e cravo nos cabelos, como a continuação lógica, necessária e revolucionária do dia, de quase um ano antes, em que pegámos a história pelos cornos e a tentámos moldar nas nossas mãos, Calejdas ou de quase meninos ainda.
Falhámos? Sim. Mas ninguém nos tira os momentos em que a esperança se fez dia, nos microfones dum jornalista, nos canos das G3 de uns soldados, nas barricadas feitas pelo povo na rua.
A mim, pessolamente, também ninguém me tira a certeza que nun dia barricada qualquer, urgente poque senão inútil, voltarei a encontrar muitos dos que estiveram lá comigo. Ou os nossos filhos...que isto de dias barricadas transmite-se, que ninguém o ouse negar, pelos genes,
Assim sendo, e se me permitem, este dia dou-o ao meu filho. Pedindo-lhe que o continue quando as forças me faltarem.
Ao almoço vou assegurar-lhe que ele lá esteve...
O 11 de Março é uma dessas datas barricada. Eu tinha 15 anos e estive do mesmo lado em que estou hoje.
Não uso a coerência como troféu, mas, acreditem, uso os princípios com um enorme orgulho.
Obviamente, também sinto as derrotas com uma enorme dôr. As inconsequências com um enorme sentimento de tempo e oportunidades perdidos. Os "desvios" como um enorme alerta e um enorme fracasso. Mas disso não fala a história do dia 11 de Março de 1975. Começa a 12...
Naquele dia, o povo fardado cumpriu a vontade do povo e derrotou a Direita fascista. O povo saiu à rua e derrotou a Direita fascista.
Na barricada desse dia, eu estava do lado dos que viram o 11 de Março e o viveram, de saia às pregas, camisa de flanela aos quadrados, boina na cabeça e cravo nos cabelos, como a continuação lógica, necessária e revolucionária do dia, de quase um ano antes, em que pegámos a história pelos cornos e a tentámos moldar nas nossas mãos, Calejdas ou de quase meninos ainda.
Falhámos? Sim. Mas ninguém nos tira os momentos em que a esperança se fez dia, nos microfones dum jornalista, nos canos das G3 de uns soldados, nas barricadas feitas pelo povo na rua.
A mim, pessolamente, também ninguém me tira a certeza que nun dia barricada qualquer, urgente poque senão inútil, voltarei a encontrar muitos dos que estiveram lá comigo. Ou os nossos filhos...que isto de dias barricadas transmite-se, que ninguém o ouse negar, pelos genes,
Assim sendo, e se me permitem, este dia dou-o ao meu filho. Pedindo-lhe que o continue quando as forças me faltarem.
Ao almoço vou assegurar-lhe que ele lá esteve...
quinta-feira, 8 de março de 2012
8 de março de 2012
Acordou, manhã cedo e quis ficar mais um pouco. Espreguiçou-se na memória de afagos, de lutas, de sexo, dos primeiros dentes, de solidões, de partilhas, de perdas, de saudades, de contas sem fim, de contos a que já nem lembra o início, de medos, inseguranças, risos malucos, de entregas, de corpos nus enlaçados em amor transpirado por todos e em todos os poros, de "mãe, não quelo dolmil!", papéis, de folhas e de vidas, de partidas, chegadas, encontros, traições, mentiras, almas e corações abertos, entregues, dados, recusados, de douros, tejos, montes para escalar e vales rodeados de montes para escalar, de palavras amargas ditas e ouvidas, de palavras claras para reivindicar direitos e dignidade, de sussurros, lágrimas, da falta que lhe faz "oh rapariga, não telefonaste à mãe, porquê?", de começos, recomeços, desistências, persistências, esperas e de mais risos.
É mais um dia seu.
É mais um dia seu.
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