Desabotoou a camisa docemente. Cuidadosamente, colocou-a nas costas da outra cadeira, no canto ao fundo do quarto. Tirou a saia. O fecho parecia querer prender-se-lhe à pele. Alisou-a, dobrou-a meticulosamente e colocou na cadeira da camisa. Sentou-se na ponta da cama e tirou as meias.
A seguir tirou o resto. Estava nua.
Não, ainda não era o resto. Não estava.
Olhou o espelho longamente e decidiu-se. Nem que fosse a última vez, fá-lo-ia. Pegou-lhe por uma ponta. Saiu intacto. Cansado, já algo enrugado, mas intacto.
Pendurou-o no cabide por detràs da porta de entrada. Ficaria ali. Nem que fosse pela última vez, ficaria ali.
Finalmente, nua, olhou a alma de frente. E aí deu-se. Está assim desde o 1º dia.