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As alterações mais danosas dos interesses dos trabalhadores que a revisão da Legislação laboral vai contemplar, vão ser feitas, à revelia da Constituição, sob o consentimento criminoso de um presidente da AR eleito pela Direita...com a alegria da Esquerda.
É-me absolutamente indiferente ter à frente da AR um homem ou uma mulher. Desde que cumpram a Constituição. Lutarei contra quem não a cumpre. Nunca me lembro do sexo nestas ocasiões. Mais uma vez, e desculpem-me a imodéstia acho que o silêncio foi a escolha certa.
A eleição de Assunção Esteves não constituiu nenhuma vitória para a Esquerda nem para as mulheres. A Direita achou que era a pessoa indicada para fazer esquecer o circo da tentativa de eleição de Fernando Nobre, exactamente por ser mulher. E muita Esquerda embandeirou em arco. As mulheres, as mulheres trabalhadoras, desempregadas, precárias, as mais discriminadas de todos os discriminados, ficaram a ganhar o quê com a sua eleição?
Acabo sempre por chegar à conclusão que a Esquerda está a passar um período de uma enorme falta de consistência ideológica mas, sobretudo, de falta de auto-estima: contenta-se com muito pouco, cada dia se contenta com menos.