Sem titulo

Porto

Há dias em que penso que andei uma vida inteira, sabendo que te encontraria. Não é à tua procura. É sabendo que te encontraria. É diferente.
Nesses dias, como hoje com o frio lá fora a bater na janela, o passado pacifica-se, o presente pacifica-me e o futuro apaixona-me.
Penso que isto deve ter um nome qualquer. Mas não sou boa a dar nomes. Assim, para simplificar, dou-lhe nome de cidade.

Show me...

Coisas dos dias....

Tirando a parte do bigode, mas incluindo o peso às costas e os braços caídos, isto sou eu em reflexão para as presidenciais...

O sonho de Alegre...e o resto.

Manuel Alegre tem um sonho: quer ser Presidente da República. É um sonho legítimo.
Há cinco anos Manuel Alegre ficou a 30 000 votos de poder ir a uma 2ª volta com Cavaco e, possivelmente, ter sido eleito Presidente da República. Ter, assim, concretizado o seu sonho.

Alegre está convencido que há cinco anos não foi eleito PR porque não teve o apoio do PS. Em entrevista ao DN em Outubro passado dizia: "Eu, além de ter aquela rede de cidadania, desta vez tenho o apoio do meu partido - que é o PS -, do BE e de muitos cidadãos independentes. É a diferença principal, desta vez tenho mais apoios." Eu penso que ele só teve os votos que teve porque não teve o apoio do PS de Sócrates, mas a sua convicção é diferente. E isso também é legítimo, obviamente.

Durante estes anos, sobretudo enquanto Sócrates teve maioria absoluta, muitas vezes Manuel Alegre agiu e se comportou de forma bem diferente em relação a Sócrates e ao Governo do seu Partido, daquela que tem usado nesta campanha e, nomeadamente, ontem em Castelo Branco. Podem ter sido divergências que não colocaram em causa o Governo do seu Partido e as suas políticas de Direita, mas seria falsear a realidade, omiti-las.

Manuel Alegre vê as sondagens. E conhece as máquinas. E sabe o que valem as imagens nunca campanha que ele quer e, quem sabe, ainda acredite, vencedora.
Manuel Alegre vê nas sondagens que só menos de 30% do eleitorado do seu Partido o apoia, mas sabe qual (quanto é) é o eleitorado do seu Partido. E vê que quase 40% do elitorado do Bloco o apoia, mas sabe qual é (quanto é) o eleitorado do BE e faz contas.
Manuel Alegre vê as imagens do almoço de Santarém com uma sala vazia (só para falar numa imagem da TSF que me chamou a atenção) e vê as imagens de Castelo Branco. E faz contas.
Manuel Alegre conhece bem a máquina do PS e já deve ter tido tempo para conhecer a do Bloco.
E faz contas.

Nunca ousarei pensar que Alegre é igual a Sócrates. Mas, como ele ainda ontem realçou, no essencial está de acordo e apoia o seu amigo e camarada.
Noutra altura talvez não o tivesse dito assim. Quem sabe até não o diria. Afinal, não foi isso que disse no Trindade ou na Aula Magna. Quem sabe até nem o pensa ou o sente...
Mas Manuel Alegre tem um sonho: quer ser Presidente da República e está convencido que só não o foi há 5 anos porque não teve o apoio do PS. E que para o ser agora precisa desse apoio.

Até posso entender que engula alguns sapos para concretizar o seu sonho. Ou que não os esteja a engolir agora, que os tenha engolido durante a maioria absoluta de Sócrates, no Trindade ou na Aula Magna, momentos venerados pela Direcção do Bloco e razões de todas as opções de hoje.
Manuel Alegre precisa muito mais de Sócrates do que Sócrates de Alegre. Mas Sócrates sabe que precisa de lhe mostrar apoio, e mostrar distância, mesmo que não a sinta (como repetem à exaustão os militantes ou dirigentes do Bloco, que apoiam Alegre), do candidato apoiado pela Direita, e mesmo que seja um apoio dado às pinguinhas, quando a situação económica e social se agrava e o PSD está ali na esquina do Verão ou do Outono à espreita do Poder.
Até posso entender que Sócrates também tenha engolido alguns sapos para estar em Castelo Branco.
Um quer ser Presidente da República o outro quer continuar Primeiro-Ministro.

Mas no final de tudo isto só quem parece não engolir sapos é a Direcção do Bloco de Esquerda. Essa continua a apresentar o Alegre que apoia o Sócrates que apoia o Alegre como o candidato necessário, certo, ideal, "uma voz de divergência com a capitulação perante o liberalismo"

Compreendo que se engula sapos para concretizar sonhos ou evitar males maiores...para nos suicidarmos não. Nunca me passou pela cabeça que um sapo seja uma forma inteligente de suicídio. E muito menos que se faça o acto com banda, fanfarra e foguetes.

O vosso candidato!

A festa do Sol

A caminho...

O dom

Ando devagar

Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte,
Mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza
De que muito pouco sei,
Ou nada sei

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida
Seja simplesmente
Compreender a marcha
E ir tocando em frente

Como um velho boiadeiro
Levando a boiada
Eu vou tocando os dias
Pela longa estrada, eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Conhecer as manhas
E as manhãs
O sabor das massas
E das maçãs

É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir

Ando devagar
Porque já tive pressa
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua historia
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Obrigado Major Vitor Alves!

Bravo!

É sempre assim que te espero, serenamente.

E é sempre assim que te vejo partir, serenamente...com a certeza que voltas.

E dizê-lo cantando a toda a gente...

Malangatana - 1936-2011

Sem titulo

No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

(N)A eternidade da (tua) luz

De volta!

(sim, eu sei...eu sei que esteve aí sempre...falo de aqui...de volta para aqui!)

Estou

Ou não...