terça-feira, 28 de junho de 2011

sábado, 25 de junho de 2011

"É, por isso, que se impõe reflectir, debater, ouvir, saber ouvir, reflectir de novo, concluir e agir. "

Reflicta-se, pois. Aberta e democraticamente. Sem tabus nwem verdades absolutas e tentando vencer os fantasmas. O futuro não nos perdoará se assim não fizermos.
Aqui fica um óptimo contributo do Paulo Silva.


quarta-feira, 22 de junho de 2011

Rui Tavares



1 - Na nota no FB que começou toda esta triste história, Francisco Louçã usou, publicamente, os mesmo métodos que há muito tem usado, publicamente, para quem discorde das decisões da Direção do BE (e das suas!). Algumas vezes acusa, aqui insinua. Deturpa sempre.


2 - Rui Tavares perde toda a razão que, a meu ver, teve em reagir a uma nota ofensiva, com a decisão que hoje toma. A sua dignidade pessoal e profissional que evocou para se insurgir contra as palavras de Louçã, esfuma-se completamente ao manter-se no Parlamento mas, sobretudo, ao mudar-se para os Verdes. Não discuto se o lugar pertence ao Partido ou ao eleito (creio que essa discussão deveria ter sido feita no BE há muito...mas, tal como tantas, nunca o foi), sei que não foi isso que os eleitores que votaram Bloco em 2009, votaram, e tenho a certeza que Rui Tavares também o sabe.


3 - Pelo que sei foi o Bloco que convidou o Rui Tavares há dois anos e não o Rui Tavares que se "ofereceu" ao Bloco. Lembro-me de terem havido vozes criticas em relação à escolha, algumas públicas, mas não tenho idéia de terem vindo de ninguém dos que hoje andam pelas caixas de comentários do FB e pelos Blogs a chamar-lhe traidor e outros mimos do mesmo calibre.


4 - Aquando do voto de Rui Tavares quanto à invasão da Líbia também não me lembro de ter visto nenhuma dessas vozes a exigir que a Direcção do BE lhe retirasse a confiança política.


5 - Visto de fora, este episódio, a somar a todos os outros, deve aparecer como mais uma confirmação do desnorte que tomou conta do Bloco. E deve servir para dar mais uma machadada na sua credibilidade. E é óptimo para que a Direita comece a arrumar a casa. Tudo motivos que nos deveriam fazer pensar...mas não.


6 - Fiz campanha com o Rui, com o Miguel, com a Marisa e com todos os camaradas que faziam parte da lista às europeias e gostei. Gostei da camaradagem que, então, ainda se conseguiu viver. Gostei da confiança que se criou entre camaradas que se sabia terem divergêencias, algumas delas, profundas. Gostei do respeito mútuo. Gostei de ter feito de camaradas, também amigos.


Lamento que o Rui Tavares que hoje decidiu continuar no PE nestas circunstâncias, não mostre ser o Rui Tavares que julguei ter conhecido (apesar das muitas divergências políticas que sempre existiram entre nós) da mesma forma que lamento que o Bloco seja cada dia menos (irreversivelmente?) esse lugar de camaradagem, respeito mútuo e confiança que ainda se vislumbrava, em Maio e Junho de 2009, apesar de muitos alertas anteriores, pudesse ser.


7 - O oportunismo político, as insinuações, o desnorte, a falta de visão sobre a real dimensão das atitudes que se tomam e quem com elas pode lucrar, o secatrismo, a facilidade com se passa de bestial a besta, o seguidismo, a incoerência, são faces de uma mesma moeda. E é dessa moeda que é cada dia, mais cunhado o dia a dia do Bloco. Neste dia a dia, a atitude de hoje de Rui Tavares acaba por ser, apenas, mais um triste espisódio dos tristes episódios que o Bloco teima em criar/viver. O Rui Tavares sai muito mal desta história. O Bloco não sai melhor.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Amélie Poulain

domingo, 19 de junho de 2011

O ribeiro que perdeu o norte


Era uma vez um ribeiro.

Nasceu pequeno, feito de águas várias vindas de lugares vários, entalado entre montes, rodeado de muitas pedras. Era uma vez um ribeiro. Que nasceu e trouxe esperança para as terras secas e as gentes cansadas de à sua volta.

Com o tempo, foram-se juntando outras águas. Mãos vigorosas com a ajuda. algumas vezes, poucas, mas algumas, da chuva e do vento, mas sobretudo, mãos vigorosas e calejadas de sonhos e de lutas, de homens e mulheres, foram-se juntando e afastando as pedras, alargando os montes, e o ribeiro virou rio. Pequeno sim, mas rio.

Depois, dentro daqueles que alargaram os montes, que encheram o caudal, houve quem achasse que era dono do rio. Mais dono do rio. Ou o único dono rio, conforme o caso.

O rio foi dando sinais de mal estar, que os rios não nasceram para ter donos, nem os ribeiros, quanto mais os rios, mas os que se achavam donos do rio, ou assobiavam para o lado, ou achavam que quem se queixava, quem reclamava, não era o rio, mas sim os que os tinham ajudado a abrir montes e a arredar pedras. E não ouviam os gemidos do rio.

Com o tempo, alguns, sobretudo os que se julgam donos do rio, por opção, por incapacidade ou por desnorte, foram deixando que novas pedras se juntassem nas margens. Pedras ameaçadoras para o caudal do rio, mas que eles não viam. Ou fingiam não ver.

Um dia o rio quase virou de novo ribeiro.

Não seria irreversível. Seria sempre possivel começar de novo. Arredar pedras, abrir os montes. Mas há um problema: o ribeiro, que chegou a ser rio, perdeu o norte.

Não sabe mais onde fica o mar.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ainda assim...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nossa

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Notas sobre a derrota eleitoral do Bloco e o Bloco saído da derrota eleitoral

A Comissão Política do Bloco de Esquerda reuniu esta tarde para analisar os resultados eleitorais.
Da reunião, tal como das declarações e artigos desde Domingo publicados por dirigentes do BE, ressaltam algumas conclusões, quase unânimes:

1 – Grande parte da responsabilidade da votação no Bloco, deve-se a factores externos ao BE – voto útil (sem que se explique em nenhum lugar porque só funcionou para o Bloco); medo e instabilidade motivados pela crise.

2 – Na parte que é da responsabilidade do Bloco, fala-se na dificuldade em passar a mensagem sobre as opções feitas, não se questionando, nunca, essas opções. Autocrítica continua a ser palavra proibida para os dirigentes do Bloco.

3 – A dificuldade de transmissão dessa mensagem começa na Moção de censura e acentua-se na recusa em ir à reunião com a Troika.

4 – O voto sobre a intervenção do FMI na Grécia, nunca existiu ou foi por todos os eleitores e aderentes compreendido ou esquecido.

O apoio ao candidato do Governo nas Presidenciais, iden, iden (Fernando Rosas no seu artigo “Sete notas pessoais sobre os resultados do BE”, fala de passagem sobre as presidenciais, encarregando-se de as colocar em pé de igualdade com a Moção de Censura). A fotografia de Alegre abraçado a Sócrates, no dia a seguir à de Alegre com deputados e dirigentes do BE e do PS, não foi vista por nenhum eleitor, ou se o foi, foi inteiramente compreendida (é sintomático, como todos falam que esta foi a 1ª derrota eleitoral do BE, esquecendo que a votação em Alegre, depois de todo o empenho que o Bloco teve na sua campanha e na sua eleição, foi, efectivamente a 1ª derrota do Bloco, não só em termos políticos como eleitorais, já que todos os dados indicam que a esmagadora maioria dos eleitores do BE em 2009 não votaram no candidato apoiado pelo Bloco em Janeiro de 2011, mais dos que os que no Domingo passado não o fizeram).

5 – Fala-se da transferência de votos do Bloco para a Direita (que penso que não foi, de nenhuma forma significativa), sem em nenhum momento se questionar as razões da transferência de votos para a CDU ou, sobretudo, para a abstenção – aliás a abstenção à esquerda e da Esquerda (porque foi dessa que efectivamente se tratou) continua sem merecer qualquer análise séria de qualquer Partido de Esquerda.

6 – Desde Domingo que se promete, e todas as intervenções e todos os artigos corroboram a promessa, discussão interna para encontrar as razões da derrota e discutir a actuação do Partido depois dela.

Esta tarde, depois da reunião da Comissão Política, é prometida discussão em todos os órgãos democraticamente eleitos do Bloco, mas Fernando Rosas assegura, que não vai haver Convenção Extraordinária, possivelmente esquecendo-se (como se esqueceram há um ano!) que a Comissão Política não tem estatutariamente poderes para negar ou para propor a convocação de uma Convenção Extraordinária. Isto é, a CP do Bloco vai ouvir os aderentes, depois ouvirá a MN, mas decide antes de ouvir uns e outros (os únicos que têm poderes para a convocar – segundo os Estatutos do BE uma Convenção Extraordinária pode ser convocada por 10% dos aderentes ou pela Mesa Nacional) que nem uns nem outra decidirão pela sua convocação.

7 – Na minha experiência pessoal, quando saio para o mundo lá de fora, o da minha empresa e da minha rua (os Partidos de Esquerda, todos sem excepção, continuam teimosa e arrogantemente a não querer aceitar a importância do mundo de cada um na compreensão do mundo de todos), e tento entender porque muitos que o fizeram em 2009 não votaram hoje no BE, as razões apontadas são muito diferentes das que os dirigentes do BE apontam: fala-se em presidenciais, fala-se na Moção de censura, quase ninguém toca na reunião da Troika, manifesta-se incompreensão por votações ao lado da Direita (nomeadamente na discussão do PEC IV que daria origem à queda do Governo), mas, sobretudo, há dois denominadores comuns: um mais politizado, que abrange toda a Esquerda e justifica o voto útil (de Domingo, que não penso que tenha sido significativo, mas, sobretudo, futuro, que com a saída de Sócrates e o PS na oposição, me parece bem mais previsível e significativo!): “ Não serve de nada votar no Bloco nem no PCP pois eles nunca se entenderão nem nunca formarão Governo” e uma mais desencantada, menos politizada: “O BE tornou-se igual aos outros!”.

Penso que esta última opinião, maioritária entre os que hoje não votaram Bloco, optando pela abstenção, deveria ser, também por outra razão, mais “interna”, motivo de grande atenção por parte dos dirigentes do Bloco. Conhecendo razoavelmente o Bloco por dentro, atrevo-me a afirmar sem muito receio de me enganar, que é esta sensação de o BE se ter aproximado perigosamente de “ser igual aos outros”, em termos de funcionamento interno e de postura política, mais e antes da discordância em relação a opções estratégicas ou políticas concretas, que levou e leva ao afastamento de muitos aderentes.

Mas aqui entraríamos numa discussão que ninguém ainda sequer mencionou: um Partido de eleitores e de funcionários (e com os resultados práticos desta maquiavélica relação, o BE terá que lidar muito brevemente), sem militantes e sem trabalho sindical, que não entra nas empresas nem nas escolas, que não soube ou não quis criar raízes nos movimentos sociais ( e que quando as criou, cometeu erros semelhantes aos que, ao longo de anos, outros cometeram no movimento dos trabalhadores, sendo hoje olhado com desconfiança pelos seus activistas), que centralizou todo o seu trabalho no Parlamento e no Grupo parlamentar, como sobreviverá a uma derrota eleitoral desta envergadura?



sábado, 4 de junho de 2011

Não paramos!

Junto o "roubo" a um amigo, com a memória viva das lutas de libertação, acrescento a convicção que a humildade é apanágio dos homens livres. A tudo junto ainda a memória do quadro preto onde todos começámos o caminho que nos levará, com mais ou menos desvios, percalços, traições e embustes à liberdade. E aquii fica, pois, a minha forma de dizer que não vamos parar! Que Domingo, seja qual for o resultado que sair das urnas, a luta e as lutas vão continuar. Até (ou sobretudo?) a luta de aprender com os erros.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Pink Floyd - Wish You Were Here (Live 8 Concert 2005)

Espécie de declaração de voto...


Goradas todas as tentativas de contribuir para a construção de uma efectiva, consequente e convergente alternativa de Esquerda, resta-me votar num dos partidos que se opõem à troika PS/PSD/PP e às suas políticas. Com a certeza, a amarga certeza, que é demasiado pouco o que me (nos) resta...

Assim sendo e muito mais por afecto(s) e por "história" individual e colectiva, do que por opção política, muito mais por emoção do que por razão, Domingo votarei Bloco de Esquerda.

quarta-feira, 1 de junho de 2011