Não me importo nada de ir buscar as palavras do Daniel Oliveira, ontem na Sic Notícias, nem me incomoda as gracinhas do Luís Delgado sobre elas para deixar claro o que penso sobre a Moção de censura anunciada pelo BE. Nunca deixei de dizer o que penso com receio que os meus companheiros não me entendam ou que os meus inimigos ou os meus adversários me aplaudam. Tenho a certeza que os últimos acabarão por se arrepender dos aplausos...
Parafraseando pois o Daniel Oliveira, uma Moção de censura para não ser aprovada é um balão de oxigénio para Sócrates. E essa não é a minha guerra. Tal como nas presidenciais a minha luta é para derrotar Sócrates e a Direita. E é uma luta leal. Nada tenho a perder. Tenho tudo a ganhar se for vitoriosa. Cada vez me convenço mais que o que alguns têm a perder condiciona os comportamentos e dificulta o discernimento...mas isso fica para outra altura.
Aqui fica o texto que ontem deixei no FB sobre o que penso do assunto . Com uma nota final: o Bloco passa, no meu entender, pelo momento mais complicado, mais incoerente, mais desnorteado e mais longínquo do que foi a sua génese e os seus compromissos, da sua história. E receio que, cada dia que passa, tenha menos tempo e menos hipótese de arrepiar caminho. Além de menos vontade de quem se considera dono do Partido e da sua história.
"Muitas vezes critico a forma como uma greve se faz. mas faço greve. Por convicção. Outras tantas critico o timing de uma manifestação de trabalhadores, mas estou lá. Por convicção. Posso discordar de como foi apresentada, discutida, do momento, da forma, uma Moção de censura a um Governo de Direita, mas apoio-a. Por coerência.
Não vou a uma manifestação na esperança que não tenha muita gente. Não faço uma greve convencida que não belisca. Não apoio uma Moção de censura na esperança que não derrube um Governo.
A política espectáculo, o oportunismo, os jogos de bastidores, o sectarismo, as tibiezas, o vale tudo, o eleitoralismo puro e duro, a prepotência, o seguidismo bolorento e acrítico, não são a minha guerra.
Não só não apoio a forma como o Bloco de esquerda apresentou esta Moção, como me sinto envergonhada com estes jogos.
Não se trata de tiros nos pés. Trata-se de falta de ética."