sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pode-se estar senil aos 12 anos?

Não me importo nada de ir buscar as palavras do Daniel Oliveira, ontem na Sic Notícias, nem me incomoda as gracinhas do Luís Delgado sobre elas para deixar claro o que penso sobre a Moção de censura anunciada pelo BE. Nunca deixei de dizer o que penso com receio que os meus companheiros não me entendam ou que os meus inimigos ou os meus adversários me aplaudam. Tenho a certeza que os últimos acabarão por se arrepender dos aplausos...

Parafraseando pois o Daniel Oliveira, uma Moção de censura para não ser aprovada é um balão de oxigénio para Sócrates. E essa não é a minha guerra. Tal como nas presidenciais a minha luta é para derrotar Sócrates e a Direita. E é uma luta leal. Nada tenho a perder. Tenho tudo a ganhar se for vitoriosa. Cada vez me convenço mais que o que alguns têm a perder condiciona os comportamentos e dificulta o discernimento...mas isso fica para outra altura.

Aqui fica o texto que ontem deixei no FB sobre o que penso do assunto . Com uma nota final: o Bloco passa, no meu entender, pelo momento mais complicado, mais incoerente, mais desnorteado e mais longínquo do que foi a sua génese e os seus compromissos, da sua história. E receio que, cada dia que passa, tenha menos tempo e menos hipótese de arrepiar caminho. Além de menos vontade de quem se considera dono do Partido e da sua história.

"Muitas vezes critico a forma como uma greve se faz. mas faço greve. Por convicção. Outras tantas critico o timing de uma manifestação de trabalhadores, mas estou lá. Por convicção. Posso discordar de como foi apresentada, discutida, do momento, da forma, uma Moção de censura a um Governo de Direita, mas apoio-a. Por coerência.

Não vou a uma manifestação na esperança que não tenha muita gente. Não faço uma greve convencida que não belisca. Não apoio uma Moção de censura na esperança que não derrube um Governo.

A política espectáculo, o oportunismo, os jogos de bastidores, o sectarismo, as tibiezas, o vale tudo, o eleitoralismo puro e duro, a prepotência, o seguidismo bolorento e acrítico, não são a minha guerra.

Não só não apoio a forma como o Bloco de esquerda apresentou esta Moção, como me sinto envergonhada com estes jogos.

Não se trata de tiros nos pés. Trata-se de falta de ética."