sexta-feira, 6 de maio de 2011

Em vésperas de Convenção


Os resultados da eleição de delegados para a VII Convenção do Bloco, que este fim-de-semana se realiza, mostram que os alertas que muitos, durante anos, têm lançado, cairam em saco roto na Direcção do Bloco, mas confirmam que esses alertas, muito mais, pelo menos no início, alertas que críticas, eram pertinentes e correctos.
Num Partido em que a Direcção teimou em dizer que o Bloco cresceu significativamente em número de aderentes, foram eleitos menos delegados (o que poderá ser justificado por razões organizacionais) e decresceu-se significativamente em número de votantes o que só pode ser explicado pela desmobilização, pelo desencanto e também, sejamos claros, pelo tipo de Partido, fechado na sua Direcção, autista em relação aos seus militantes, tarefeiro, social-democata em termos de funcionamento e com imensas tomadas de posição que nunca foram nem discutidas, nem compreendidas, nem aceites pelos seus militantes.
O Partido que alguns criaram, perante a impotência de uns e a passividade de outros, é um Partido que dependerá, em grande parte dos resultados eleitorais. Um Partido de eleitores e de funcionários, baseado essencialmente no trabalho parlamentar, que não saiu das sedes, não entrou nas empresas e cada vez mais se afastou das escolas, não se entrosou nos movimentos dos trabalhadores e que quando o fez nos movimentos sociais, cometeu grande parte das vezes, os mesmos erros que correctamente sempre apontou a outros, depende, quase exclusivamente, dos resultados eleitorais.
Se esse forem, o que as sondagens auguram, e já que nada foi feito em termos sérios, para contrariar a tendência de esvaziamento da Esquerda, criando dinâmicas verdadeiramente alternativas, os próximos tempos não serão fáceis para o Bloco de Esquerda.


A Maioria sairá reforçada como maoria da Convenção, é um dado adquirido. E o Bloco? E a Esquerda?