Sobre a mascarada em si, já deixei um post. Esta nota é um convite para visitarem a caixa de comentários da notícia. É uma tarefa difícil para quem tem memória mas talvez seja uma tarefa imprescindível para quem não a quer perder.
Possivelmente são assim as caixas de comentários habituais do Sol. Confesso que não sou leitora habitual. Mas se esta gente existe, se estas caixas de comentários não são, apenas, uma brincadeira de mau gosto de meia dúzia de tristes solitários e ignorantes, há um trabalho enorme e colectivo a fazer. A minha geração foi a última que viveu o fascismo ainda a tempo de o ter sentido na pele. Cabe-nos a nós não deixar esquecer a tortura, a PIDE, a censura, o medo, a Guerra, a repressão, a formatação das mentalidades, o Tarrafal, Caxias...
Ao ler agora aquela caixa de comentários lembrei-me de quando foi a última vez que falei ao meu filho da angústia das partidas para a Guerra, do toque na porta que levou o avô, dos passos na noite, da fome, das lágrimas da avó e do meu medo. Não sei se não foi há demasiado tempo para que ele se lembre quando, um dia, tiver que passar a memória.
Muita daquela gente que por ali vai escrevendo, viveu esse tempo. Tem saudades dele. Mas, muito outros, vieram depois, falam do que lhes foi dito, mas, sobretudo, do que não lhes foi contado. E essa tarefa cabe-nos a nós. A de lhes contar. Não, apenas, como uma aula de história mas com os factos da vida. Da nossa vida. E somos, rapazes e raparigas de então, os últimos que o podemos fazer. Se não o fizermos a responsabilidade da amnésia colectiva também é nossa.
Não tenho a certeza se cá estarei quando os meus netos tiveram capacidade para entender o que foi a Mocidade Portuguesa. Estou cá agora e tenho obrigações para com eles.
Possivelmente são assim as caixas de comentários habituais do Sol. Confesso que não sou leitora habitual. Mas se esta gente existe, se estas caixas de comentários não são, apenas, uma brincadeira de mau gosto de meia dúzia de tristes solitários e ignorantes, há um trabalho enorme e colectivo a fazer. A minha geração foi a última que viveu o fascismo ainda a tempo de o ter sentido na pele. Cabe-nos a nós não deixar esquecer a tortura, a PIDE, a censura, o medo, a Guerra, a repressão, a formatação das mentalidades, o Tarrafal, Caxias...
Ao ler agora aquela caixa de comentários lembrei-me de quando foi a última vez que falei ao meu filho da angústia das partidas para a Guerra, do toque na porta que levou o avô, dos passos na noite, da fome, das lágrimas da avó e do meu medo. Não sei se não foi há demasiado tempo para que ele se lembre quando, um dia, tiver que passar a memória.
Muita daquela gente que por ali vai escrevendo, viveu esse tempo. Tem saudades dele. Mas, muito outros, vieram depois, falam do que lhes foi dito, mas, sobretudo, do que não lhes foi contado. E essa tarefa cabe-nos a nós. A de lhes contar. Não, apenas, como uma aula de história mas com os factos da vida. Da nossa vida. E somos, rapazes e raparigas de então, os últimos que o podemos fazer. Se não o fizermos a responsabilidade da amnésia colectiva também é nossa.
Não tenho a certeza se cá estarei quando os meus netos tiveram capacidade para entender o que foi a Mocidade Portuguesa. Estou cá agora e tenho obrigações para com eles.