sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Na manhã fria de quase neve...

Abriu a janela. Encheu o peito de ar. Respirou o frio quase neve, e sorriu. Da última vez que tinha respirado um frio neve mesmo, estavam os dois, pensou. Sorrindo.
(Esqueceu o quase).
Hoje também.
Fechou a janela devagarinho, ainda olhou mais uma vez de frente o frio quase neve, através dos vidros embaciados do cheiro a café com leite e torradas. E sorriu.
Agora também estão, pensou. Respirou fundo e viveu.
Pelo caminho, ainda tentou entender quando tinha começado o "agora também" sem rios e estradas e montes pelo meio. Deu-se conta que já ia séculos, muitos séculos, atrás. Suspendeu a viagem. Por momentos teve receio de se perder na vertigem da eternidade.