Há pessoas que nos habituamos a ver sempre. Durante anos vamo-nos encontrando nos mais variados lugares. Sempre em lugares onde encontramos os companheiros de caminho. Algumas vezes sabemos que, entre a última vez e esta, os caminhos foram outros. Paralelos ou antagónicos, mas outros. Muitas vezes discordamos do que dizem. Muitas outras do que fazem. Mas sabemos sempre que numa outra paragem qualquer, lá estarão. Acho que tem a ver com o lado da vida onde se nasce. Ou com aquele onde decidimos crescer. Viver.
Depois, um dia, a morte interpõe-se e a 1ª reacção é penasr: olha, agora, acabou-se. Não nos vamos encontrar mais...Mas dura pouco. A morte sabe bem que há pessoas que se encontrarão sempre. Há muitas batalhas que ela perde. Apesar dela julgar que não. Depois disso, ficamos, sempre, um bocadinho mais pobres e mais sós. Porque numa coisa ela vence, a megera. Nos bocadinhos da nossa própria vida que leva com as pessoas que pensa levar.
Houve muitas vezes que encontrei o Saldanha Sanches durante estas décadas. E, por mais diferentes que fossem algumas vezes as escolhas, encontrei-o sempre do mesmo lado da vida. E sinto um previlégio enorme em o ter encontrado.
E, por mais que me recuse a dar esse gosto à morte, acho que nos vai fazer falta. Muita falta.