quinta-feira, 8 de julho de 2010

Amor Combate


Meu amor que eu não sei.
Amor que eu canto.
Amor que eu digo.
Teus braços são a flor do aloendro.
Meu amor por quem parto.
Por quem fico.
Por quem vivo.
Teus olhos são da cor do sofrimento.
Amor-país.
Quero cantar-te.
Como quem diz:

O nosso amor é sangue.
É seiva.
E sol.
E primavera.
Amor intenso.
Amor imenso.
Amor instante.
O nosso amor é uma arma.
E uma espera.
O nosso amor é um cavalo alucinante.

O nosso amor é um pássaro voando.
Mas à toa.
Rasgando o céu azul-coragem de Lisboa,
Amor partindo.
Amor sorrindo.
Amor doendo.
O nosso amor é como a flor do aloendro.

Deixa-me soltar estas palavras amarradas
Para escrever com sangue o nome que inventei.
Romper.
Ganhar a voz duma assentada.
Dizer de ti as coisas que eu não sei.
Amor. Amor. Amor.
Amor de tudo ou nada.
Amor-verdade.
Amor-cidade.
Amor-combate.
Amor-abril.
Este amor de liberdade.
Joaquim Pessoa