quarta-feira, 28 de julho de 2010

O sonho também se mantém...

Todos sabemos os erros. Eu, que nasci, numa terra do Ribatejo onde a Reforma Agrária se tentou, conheço os erros com nomes, com rostos, com caminhos, com objectivos. Mas não é por se cometerem erros ou crimes em nome dos sonhos que sonhar passa a ser errado ou criminoso. "A terra a quem a trabalha" era e é um um sonho e uma luta justos. Era e é o sonho e a luta pela Justiça.

O sonho perdura na parede daquele espaço, agora vazio e de portões
fechados. Não o conheci há 35 anos, mas devia fervilhar vida e trabalho e entrega. E esperança.
No rosto dos homens e mulheres que, no adro da igreja de Pias, esperam pela chegada de um ar respirável, também perdura.

"A terra a quem a trabalha" era a sua divisa. Em nome dela tentaram criar um mundo novo. E falharam. Com eles falhámos todos.
No olhar daqueles homens e mulheres que encontrei, parece haver cansaço, mas não resignação. E no nosso?