sábado, 19 de março de 2011

Duvidar mata!

Se pudessemos moldar a realidade, moldá-la como se de barro se tratasse, não teria havido perdas, não haveria lugares feitos de ausências, não nos faltaria o cheiro a canela do arroz doce quente.

Se pudessemos moldar a vida, fá-la-iamos sem partidas, sem desencontros, sem choros, sem saudades, sem erros, sem mágoas, sem medo e sem cinzento. Com lareira, nas noites frias. E com mar e sol nas outras.

Não perderiamos amigos, amores, sonhos, certezas. paixão. Nem esperança.

Assim, reconhecendo que nada temos de deuses ou de oleiros, respiramos fundo. Às vezes, pensamos que seria melhor não respirar. Mas já se sente a primavera.

Mais um pouco, então. Isto vai.

Não moldamos a vida, mas continuamos a não permitir que ela nos molde. Não é uma vitória. É, apenas, uma não derrota. E a Primavera.

Os calendários dos homens que não moldam a vida e da vida que nos faz, dizem que chega na próxima semana. Duvidar do calendário deveria ser das poucas dúvidas que deveriam ter penas severas...duvidar dos calendários deveria vir sempre com aquele simbolo do tabaco: duvidar mata!